C/2013 D1 Holvorcem

Trata-se da 5ª descoberta cometária envolvendo o matemático brasileiro Paulo Holvorcem , dois dias após a descoberta do C/2013 C2 e o primeiro cometa a receber exclusivamente seu sobrenome e, provavelmente, o primeiro cometa periódico com sobrenome de um brasileiro. As anteriores descobertas foram: C/2002 Y1 (Juels-Holvorcem), C/2005 N1 (Juels-Holvorcem) e C/2011 K1 (Schwartz-Holvorcem). Este cometa foi descoberto em 16 de fevereiro de 2013 através do telescópio de 0,41 metros do Observatório Tenagra II. De fevereiro a junho de 2013 o cometa permanece na constelação da Taça. No entanto, o objeto possui brilho muito fraco e, a não ser que passe por algum evento de salto de brilho, não deve ultrapassar a 18a magnitude, sendo acessível a instrumentos com abertura superior a 300 milímetros munidos de câmera CCD. Holvorcem traz mais informações acerca desta descoberta:

Em 16/fev o seeing estava ruim na segunda metade da noite, reduzindo a magnitude limite drasticamente, e assim no dia 17/fev eu achei melhor reobservar os mesmos campos mais a leste, ao sul da eclíptica. Desta vez o seeing estava bem melhor, e entre alguns objetos não identificados com movimento usual (provavelmente do cinturão principal), foi detectado um objeto (TDDH08), cerca de 13 graus ao sul da eclíptica, movendo-se quase perpendicularmente à mesma, em direção ao sul, a
apenas 0,11 grau/dia. Este movimento diferente do esperado para asteróides usuais me chamou a atenção. Também havia uma sugestão de aspecto difuso e cauda, mas a detecção ocorreu na borda do campo do astrógrafo, onde existe alguma distorção, e não ficava totalmente claro se a aparência cometária era real ou ilusória.
Na noite seguinte (18/fev), imagens de confirmação com o dobro da exposição mostraram o aspecto cometário claramente, especialmente a cauda na mesma orientação já sugerida pelas imagens da descoberta.
Examinei então o campo de 16/fev onde o cometa deveria ter sido detectado, mas não foi. Ele estava muito perto da borda da imagem, numa região que é excluída da detecção porque gera muitos falsos positivos, mas claramente visível, apesar do seeing muito ruim. Medi e relatei estas posições, e com três noites de observação a órbita já era claramente cometária. Ainda consegui uma quarta noite (19/fev/2013) e no dia 20/fev/2013 Cristovão Jacques conseguiu uma quinta noite num iTelescope em Siding Spring (Austrália).