Elementos orbitais (MPEC 2013-W07)
Periélio : 2013 Nov.
28.7762
TT
Distância do periélio (q) : 0.012448 UA
Excentricidade
(e) : 1.000002
Longitude do periélio (w) : 345.5630º
Longitude do Nodo Asc (W) : 295.6543º
Inclinação
(i) : 62.3905º
Ho = 8.5 n= 3.2
Este cometa foi descoberto pela equipe do Observatório ISON (International Scientific Optical Network - Kislovodsk, Rússia), através dos observadores V. Nevski e A. Novichonok (medições feitas pelo próprio Nevski junto com V. Savanevych), usando um telescópio refletor de 0,4 metros + CCD, no dia 21 de setembro de 2012 quando o objeto estava na 18a magnitude. Segundo os elementos orbitais provisórios disponíveis na MPEC 2012-S63 e atualizados na MPEC 2013-A85, este cometa deveria alcançar magnitude negativa (-13!) em 28 de novembro de 2013. Porém os elementos divulgados na MPC 83520 apontavam um novo cenário em que o brilho máximo previsto pode ser entre -8 e -9. A órbita foi calculada incluindo astrometria feita em 28 de dezembro de 2011 (Mt Lemmon Survey) e 28 de janeiro de 2012 (Pan-STARRS 1, F51).
Nos meses de janeiro e fevereiro de 2013) o cometa se encontrou na constelação de Gêmeos. Até meados de maio o cometa foi visível ao anoitecer, no limite das constelações de Gêmeos e Cocheiro, porém na 15a magnitude sendo visível através de instrumentos com abertura superior a 300 milímetros
Após a conjunção solar o cometa foi observador entre 15 e 16 de agosto de 2013 por J.F. Soulier (C10), J. F. Hernandez (J24), Jaeger et alli (A71) e L. Buzzi (204), de modo que o objeto se apresentou com magnitude nuclear (N) em torno de 15,0. A MPEC 2013-Q14, publicada em 18/08/2013, apresentou os elementos orbitais atualizados bem como um novo valor para a magnitude absoluta (Ho = 7,5), isto é, o cometa é menos brilhante do que previsto anteriormente. Ignacio Ferrín publicou um trabalho em junho de 2013 mostrando que o Cometa ISON é um objeto mais velho que se conhece vindo da Nuvem de Oort (mediante localização num diagrama evolutivo), não devendo sobreviver à passagem pelo periélio e talvez não se abrilhantando tanto quanto se esperava inicialmente. O brilho menor detectado em meados de agosto de 2013 paracem reforçar a hipótese de Ferrin. Em 23/08/2013 foi publicada a MPEC 2013-Q27 refinando os elementos orbitais ao usar astrometria recente feita por K. Kadota (349) e J. F. Soulier (C10). A equipe do observatório Pan-STARRS 1 (F51) identificou o cometa em imagens de arquivo tomadas em 30/set/2011, 10/nov/2011, 26/nov/2011, 09/dez/2011 e 05/jan/2012.
Observações feitas pelo Telescópio Óptico-Ultravioleta da sonda Swift (UVOT) em 30 de janeiro de 2013 mostraram que o núcleo do Cometa ISON liberava, na ocasião, cerca de 51 toneladas de poeira a cada minuto. Por outro lado, a taxa de produção de água era cerca de 60 kg por minuto. (http://www.nasa.gov/mission_pages/swift/bursts/ison.html)
Os elementos orbitais apontam que o cometa iniciou sua boa visibilidade no hemisfério sul a partir da terceira semana de setembro de 2013, ao amanhecer, na constelação de Leão, cerca de 2 graus ao norte de Marte, apresentando-se como um astro de 12a magnitude.
Uma conjunção envolvendo este cometa (10a magnitude), o planeta Marte e a estrela Régulus ocorreu entre os dias 15 e 20 de outubro de 2013. Os mesmos elementos orbitais apontaramm uma aproximação do cometa com o planeta Marte em 1º de outubro de 2013 quando a distância entre os dois astros foi de aproximadamente 10 milhões de quilômetros.
Na manhã de 30 de outubro o cometa passou cerca de 5 graus ao norte da Lua (20% iluminada) e com brilho de 9a magnitude.
Em 6 de novembro o cometa ingressou na constelação de Virgem e se apresentou como um astro entre a 8a e 9a magnitudes.
Na manhã de 21 de novembro o cometa atingiu sua primeira boa aproximação com a Terra, passando cerca de 0,85 ua (130 milhões km) estando na 5a magnitude. Em 22 de novembro o cometa (magnitude 4,5) ingressou na constelação de Libra, porém sua elongação era inferior a 23 graus e sua altura muito baixa no horizonte de Florianópolis - e não apresentou uma cauda para ser detectado antes da aurora.
Nos dias 24 e 25 de novembro de 2013 houve uma conjunção envolvendo este cometa e o periódico 2P/Encke. A separação aparente entre os dois cometas foi em torno de 2 graus, porém ambos estavam baixos no horizonte de Florianópolis. O periélio ocorreu no dia 28 de novembro de 2013 quando o cometa passou apenas 0,012 UA do Sol (1,8 milhão de quilômetros). Às 17:00 HBV o cometa atingiria a magnitude -6, mas apenas 0,6 graus de elongação. Durante o por do Sol de 28 de novembro de 2013 não foi possível visualizar a cauda do cometa.
Se os debris permanecerem no amanhecer do dia 29 de novembro, talvez se apresentem com magnitude -1, mas apenas 3 graus de elongação. Já no dia 30 de novembro, seu brilho diminui para magnitude +1, estando a 6 graus de elongação do Sol. Após estas prováveis aparições diurnas, os restos do cometa não serão mais visíveis em Florianópolis a partir da primeira semana de dezembro de 2013. Por fim, os restos do cometa atingem uma segunda e melhor aproximação com a Terra (0,43 ua ou 64 milhões km) em 26 de dezembro de 2013, porém não serão visíveis em Florianópolis.
No entanto esta simulação se basearam nos elementos orbitais divulgados na MPEC 2013-V48 e parâmetros fotométricos calculados por Seichii Yoshida.
Karl Battams informou na lista comets-ml que a Agência Espacial Norte-americana (NASA) criou o CIOC - Comet ISON Observing Campaign (Campanha de Observação do Cometa ISON) - cujo objetivo principal é facilitar a coordenação de observações do Cometa ISON feitas em solo ou no espaço. O anúncio da campanha, incluindo detalhes sobre o que é o CIOC, seus integrantes, contatos, etc, estão disponíveis no website http://www.isoncampaign.org/.
Nos dias 1º e 2 de agosto de 2013 ocorreu um workshop nas dependências do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (Maryland, EUA) para discutir e organizar a campanha, obter atualizações sobre observações planejadas, etc.
Em setembro de 2013 Matthew Knight e Kevin Walsh publicaram um artigo para o Astrophysical Journal Letters contendo análise de simulações numéricas que apontam para uma provável sobrevivência do núcleo do Cometa ISON após a passagem periélica.
Também em setembro de 2013 Karen Meech et alli publicaram um trabalho inferindo que o cometa experimentou lentamente um aumento em sua atividade desde fins de 2011 atingindo um pico em janeiro de 2013. Os autores sugerem que o salto de brilho foi conduzido pelo monóxido de carbono (CO) injetando grãos de gelo de água na coma.
Em 29 de setembro de 2013 a sonda Mars Reconnaissance Orbiter (através da câmera HiRISE) obteve imagens do cometa C/2012 S1 quando o astro se encontrava cerca de 12,8 milhões de km do planeta Marte. As efemérides geradas para coordenadas areocêntricas mostram que o C/2012 S1 estava com magnitude +4,2. No entanto, observações feitas na Terra indicam que o diâmetro aparente da coma estava em torno de 3 minutos de arco, equivalendo a cerca de 280 mil km. Ora, tal dimensão vista da posição da sonda MRO significa que a coma estava com 1,2 grau de extensão. E uma magnitude total espalhada por um diâmetro de 1,2 grau implica num objeto de difícil visualização (Veja o caso do Cometa C/1983 H1 IRAS-Araki-Alcock, cfe Boletim Observe! Maio de 2013). Mesmo assim, a câmera HiRISE conseguiu detectar o que parece ser a parte mais interna da condensação central da coma do C/2012 S1.
Em 2 de outubro Ignacio Ferrín atualizou sua análise fotométrica do Cometa C/2012 S1 indicando uma breve desintegração do astro antes de atingir o periélio.
Em 9 de outubro Zdenek Sekanina publicou um artigo comparando a peculiaridades de brilho e movimento orbital do Cometa C/2012 S1 com outros dois cometas: C/1962 C1 Seki-Lines e C/2002 O4 Hönig. O Cometa Seki-Lines passou a 0,0314 ua do Sol e sobreviveu a sua passagem periélica, enquanto que o Cometa Hönig não sobreviveu à passagem periélica, mesmo passando a 0,776 ua.
Em 14 de outubro A. Sekhar e D.J. Asher publicaram um artigo no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society mostrando que não se espera uma atividade meteórica por parte do Cometa C/2012 S1 ISON.
Em 9 de novembro Pedro I. Rincón publicou um artigo comentando sobre a evolução fotométrica e térmica do núcleo o Cometa C/2012 S1.
Imagens da sonda SOHO (câmeras C2 e C3) sugerem que o cometa se desintegrou por volta das 17:40 TU em 28 de novembro de 2013. Uma nuvem de debris (estilhaços) continuou a trajetória sendo observada ainda por volta da 23:30 TU do mesmo dia.
Em 29 de novembro (após 12:30 TU) um press-release da NASA questiona se o objeto visualizado pela sonda SOHO após o instante da passagem periélica seja meramente um amontoado de debris ou se alguma porção do núcleo cometário sobreviveu. Análise da parte de vários cientistas patricipantes do CIOC sugere que no mínimo um pequeno núcleo permaneceu intacto.
No mesmo dia (29 de novembro), um press-release do Instituto Max Planck (Alemanha) informou que "se o núcleo do cometa ainda estava intacto no periélio ou continuou sua trajetória com um pequeno fragmento ou uma coleção de estilhaços, isto não está claro" e que as imagens obtidas no sábado, dia 30 de novembro, permitirão uma análise se o núcleo ainda existe.
Em 29 de novembro às 22:45 TU, usando imagens FITS obtidas pela câmera C3 da SOHO, Jakub Cerny realiza fotometria da "coma" deste cometa e reduz para o valor de magnitude heliocêntrica (m - 5 log D), construindo uma curva de luz. Entendemos que a queda de brilho é compatível com uma fragmentação e provavelmente o que se vê nas imagens da câmera C3 é uma nuvem de debris.
Em 1º de dezembro foi publicada o Telegrama Eletrônico da IAU (CBET nº 3731, assinatura requerida) informando que "o núcleo aparentemente se fragmentou próximo do periélio, sendo que a coma diminuiu talvez de um pico de brilho em magnitude visual -2 algumas horas antes do periélio para bem abaixo de magnitude +1 antes do periélio. M. Knight estimou o máximo brilho de magnitude -2 por volta de 28,1 TU acrescentando que a feição brilhante da coma diminuiu de brilho após o periélio de cerca de magnitude 3,1 num raio de 95" quando o cometa reapareceu após o disco de ocultação do coronógrafo da SOHO em 28,92 de novembro para cerca de magnitude 6,5 em 29,98 de novembro. K. Battams escreve que, baseada nas mais recentes imagens da câmera LASCO C3 (30,912 de novembro), não existe núcleo visível ou condensação central; e o que resta é muito difuso, muito transparente em relação às estrelas de fundo e diminuindo de brilho; parecendo basicamente uma nuvem de poeira remanescente do núcleo."
Também em 1º de dezembro, Ignacio Ferrín publica um artigo sugerindo que o início da fragmentação do núcleo ocorreu em 13-14 de novembro de 2013.
[01 dez 2013, às 20:00 TU]
Veja os registros visuais feitos no Brasil.
Efemérides disponíveis no website http://scully.cfa.harvard.edu/cgi-bin/returnprepeph.cgi?d=c&o=CK12S010
As curvas foram obtidas por meio das fórmulas
m1 = 8 + 5 log D + 7.5 log r (Yoshida)
m1 = 9 + 5 log D + 5 log r (nossas observações)
©2007 Yoshida - soft Comet for Win
Órbita: o diagrama abaixo mostra a órbita e as posições do cometa e da Terra por ocasião do periélio. (©2002 JCRuig - soft Orbitas)
Como reportar suas observações!
As observações deverão ser preenchidas na seguinte ordem:
Nome do cometa
Data e hora TU
magnitude da coma (m1)
método usado na estimativa
carta celeste usada (ou fonte de magnitudes)
caracteristicas do instrumento, aumento
diâmetro da coma (em minutos de arco)
grau de condensação da coma
tamanho da cauda (em graus)
Angulo de posição da cauda
Observadores que desejarem enviar no formato ICQ poderão assim o fazer.
Use o Formulário Eletrônico
As observações devem ser enviadas para costeira1 at yahoo.com
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