INFORMAÇÕES NO PERÍODO DE 7 A 20 DE JANEIRO DE 2007
Cometa C/2006P1 visivel em Florianópolis.
Primeiras imagens à luz do dia
Curva de luz contendo as observações feitas no Brasil:
20 de janeiro:
Willian Souza (São Paulo) observou visualmente o cometa, mesmo a 1-2 graus de altura, e estimou a magnitude em -1.5 . O cometa segue mais brilhante que as mais recentes efemérides. Isto é um bom sinal - significa que o período de visibilidade se extende.
Céu nublado e chuvoso em Florianópolis impediu as observações. Veja comparações entre o Cometa McNaught (2007) com o Cometa de Cheseaux (1744). Bruno Lima Lobo (de Brumado/BA) não conseguiu observar a coma do Cometa McNaught, mas nos relata o seguinte:
"[Dia 20/01/07], às 20h30, horário de Brasília, vi apenas as caudas múltiplas do cometa, abarcando uma ampla área do céu. Contei pelo menos seis filamentos distintos. O primeio, da esquerda para a direita, tinha ângulo (PA) de 120, terminando em Alnair, Alpha Grus. Seu comprimento era de 17 graus. Esta era a menor das caudas, embora eu não tenha medido as outras. A terceira cauda era a mais distinta. O comprimento das caudas era crescente, sendo a sexta a maior. Posso afirmar que houve cauda (a quarta) que alcançou 30 graus de comprimento, pois alcançava Piscis Australis.
A luminosidade das caudas realmente impressiona, sendo facilmente perceptível por outras pessoas, como meus dois irmãos que estavam comigo. No momento telefonei para um amigo em Eunápolis (a 60 km de Porto Seguro), que me relatava estar vendo o mesmo cenário.
É uma pena que o cometa ainda está baixa demais para ser visto desta localidade, mas talvez os dados aqui apresentados terão utilidade."
Em São Luiz do Purunã, Paraná, Sérgio Mendonça Jr, Sandro Colleti e seus colegas obtiveram excelentes imagens do cometa, agraciados com um local apropriado para visualizar todos os detalhes que um grande cometa tem a mostrar. Mendonça Jr enviou algumas fotos para a Seção de Cometas/REA e elas serão publicadas mais tarde. Por ora, vejam algumas fotos disponíveis no site de Colleti.
19 de janeiro:
Céu nublado em Florianópolis - não houve observação do cometa neste local. Frederico Paiva Quintão, Luciana Assis, João M. Sarubbi, Juliana França e Henrique Freitas observaram o cometa em Belo Horizonte e relataram uma cauda de pelo menos 3 graus de extensão. Lincoln Soares (Lagoa da Prata/MG) também observou o cometa neste dia e obteve esta imagem. Veja demais imagens de Mário Leite Pereira Filho (São Paulo) e Andres Segal (Campinas) tomadas em 16 de janeiro.
18 de janeiro:
O Cometa voltou a ser observado em Florianópolis, apesar das dificuldades encontradas em virtude do céu parcialmente nublado. O astro foi estimado em torno de magnitude -2 (sem correção atmosférica). Uma cauda curvada de cerca de 6 graus de extensão foi facilmente discernível a olho nu e por binóculos 7x50. Imagens foram tomadas. Mesmo com a coma ocultada por nuvens, era possível discernir a cauda curvada. Locais com horizonte OESTE livre de obstáculos e sem poluição luminosa são ideias para observar este cometa. Também em Florianópolis os observadores Sérgio Schimiegelow e Geraldo Mattos registraram o cometa neste dia 18.
Sandro Ebone obteve novas imagens em Portão/RS, veja este detalhe da coma.
Luis Antônio da Silva Machado e seus colegas do SARG observaram o cometa a cerca de 50 km de Porto Alegre e enviaram as seguintes imagens (Sony DSC-H2): 1, 2, 3.
Outras imagens (exterior):
Robert McNaught, SkyTonight, Spacew.com .
Matéria da EPTV (Globo) com observação de Rogério Marcon.
17 de janeiro:
O tempo não tem colaborado com os observadores de Florianópolis desde a segunda-feira (dia 15). No entanto vários observadores do sul/sudeste brasileiro tem relatado e fotografado o cometa. Ainda não temos confirmação definitiva do possível núcleo duplo do cometa, pois nem todas a imagens são consistentes. Para uma observação visual mais acurada sugere-se usar um instrumento com grande relação focal (normalmente as lunetas possuem f/D > 10) e examinar cuidadosamente a região central do cometa. Fotografias da região central de curta exposição auxiliarão nesta tarefa.
Imagens de Terry Lovejoy (Austrália)
16 de janeiro:
O céu nublado impediu novamente as observações em Florianópolis. José Guilherme Aguiar (Campinas) estimou o cometa em magnitude -3.7 e detectou um possível alongamento na condensação central através de binóculos 11x80 e 25x100 - Willian Souza (São Paulo) e Andrew Pearce (Austrália) também observaram tal alongamento na coma - estaria o cometa sofrendo uma ruptura? A resposta para isso só virá com observações específicas do núcleo do cometa.
Imagens não catalogadas: Mendonça Jr (Curitiba), Willian Souza (São Paulo), Fábio Fernandes (São Paulo), Sandro Ebone (Portão/RS), Walmor Barbosa (Jundiaí) e Andres Segal (Campinas)
Matéria do Jornal Diário Catarinense.
Clipping da Agência de Ciência e Tecnologia.
Segue a trajetória válida até o final de janeiro:
15 de janeiro:
O céu nublado impediu as observações em Florianópolis. Se o cometa continuar com este comportamento de brilho, a partir do dia 23 de janeiro ele passará a ser visível tanto ao anoitecer como ao amanhecer (previsão válida para Florianópolis). Espera-se que no dia 23 o cometa ainda esteja com magnitude em torno de +2 (astro de segunda magnitude, uma magnitude mais brilhante que a estrela Alfa do Indio a 3 graus de distância).
Matéria no jornal Estado de S. Paulo.
Sandro Ebone obtem mais uma imagem durante o crepúsculo.
Matéria no Jornal A Notícia (Joinville).
14 de janeiro:
O cometa continuou visível durante o dia, porém com brilho inferior ao dia 13 (ontem). Por volta de 11:20 TU houve dificuldade ao localizar o cometa, de modo que somente às 11:45 TU foi re-observado através do binóculo 7x50. Prontamente se verificou que o brilho estava inferior à ontem (dia 13). Não foi possível detectá-lo sem aumentos de modo que a magnitude estimada não é mais brilhante que -4. Através do binóculo 7x50 foi possivel detectar uma tênue cauda não superior a 0.1 grau em PA~80. Pelo binóculo 20x80 foi possível detectar algo como uma envolvente aberta sobre o núcleo brilhante.
Veja imagem tomada através do refrator 60mm. O planeta Mercúrio não foi detectado.
Em São Paulo, Willian Souza observou o cometa usando um binóculo 11x80.
13 de janeiro:
Na terceira tentativa, desta vez usando binoculos 7x50, às 11:20 TU, o Cometa McNaught foi observado em Florianópolis por Alexandre Amorim.
Com o binóculo montado em tripé é possível discernir uma cauda com cerca de 0.5 graus em PA 70. [corrigido para 0.2 graus em PA 50].
A magnitude estimada inicialmente é de -4 (menos 4), no entanto este valor foi reavaliado assim que comparado com o brilho de Vênus na mesma altura do cometa.
O cometa foi encontrado a cerca de 5 graus à leste do Sol, usando o beirado da residência para ocultar o clarão do sol e usando óculos de sol para diminuir a intensidade de luz.
Somente às 13:20 TU o planeta Vênus foi encontrado. Observações a olho nu com óculos de sol para diminuir a intensidade do clarão do Sol. Vênus visível fracamente enquanto o cometa, à 5 graus do Sol, foi observado sem maiores dificultades, exceto pela pequena elongação.
Magnitude estimada: -6 . Usando 7x50B: cauda de 0.2 graus em PA 50.
Imagem tomada através do binóculo 20x80 + S60 [12mm f/8 1/1000s ISO100 12:57TU]
Durante o por-do-sol o cometa foi observado por Amorim através de binóculos 7x50. A magnitude estimada foi de -3.0 , porém o cometa se encontrava a 5 graus acima do horizonte e não foi aplicada a correção de extinção atmosférica.
Demais observadores que conseguiram detectar o cometa durante este dia: José Agustoni (Porto Alegre/RS) e Sandro Ebone (imagem P&B)(Porto/RS), conjunção gavião-cometa.
12 de janeiro
José Carlos Diniz (Friburgo/RJ) conseguiu observar brevemente o cometa durante o por-do-sol.
O cometa seguiu sua magnitude em torno de -3 e continuava a ser amplamente observado no hemisfério norte. Aqui no hemisfério sul alguns observadores conseguiram detectá-lo à luz do dia. Alguns relatos mostram que o cometa estava com brilho inferior ao do planeta Vênus (Lovejoy, Garrad e Tabur). Novas tentativas realizadas no dia anterior em Florianópolis não obtiveram sucesso. Esperava-se que no dia seguinte (dia 13), usando equipamentos apropriados, obtenha-se sucesso.
O cometa entrou no campo de visão da sonda SOHO a partir de 01:42 TU do dia 12/01/2007 e deve atravessar este campo até o dia 15 de janeiro próximo. Veja estas imagens!
11 de janeiro
O cometa foi estimado por observadores do hemisfério norte entre as magnitude -2 e -3.
Galeria de Imagens - Spaceweather.com
10 de janeiro de 2007
Tentativas feitas em Florianópolis, por volta do meio-dia, não obtiveram sucesso. No entanto nenhum instrumento foi realizado, a não ser a tentativa de detectar o objeto à olho nu. Vênus não foi detectado à olho nu, segundo dados de A.Amorim.
9 de janeiro de 2007
O Cometa C/2006P1 foi estimado em magnitude entre -1 e 0 por diversos observadores do hemisfério norte (favorecidos pelo inverno setentrional e pelo fato do cometa situar-se ao norte do Sol).
Imagem de Terry Lovejoy em 8 de janeiro (observação à luz do dia):
http://www.pbase.com/terrylovejoy/image/72783444
Imagens de Vidar Martisen (Noruega)
7 de janeiro de 2007
O Cometa C/2006P1 ainda era visível no hemisfério norte logo após o por do sol, porém muito baixo no horizonte. Alguns observadores conseguiram detectá-lo sob tais condições. As estimativas visuais colocavam o cometa em magnitude 0 a 1 (astro de 1a magnitude). Sensacional foi a observação do australiano Tery Lovejoy que obteve uma imagem do cometa EM PLENA LUZ DO DIA no dia 7 de janeiro: http://www.pbase.com/image/72716955
Se o cometa sobreviver a sua passagem do periélio, ele será melhor visível no hemisfério sul a partir do dia 19 de janeiro de 2007, muito baixo no horizonte (5 graus), com magnitude 0.8 na constelação de Microscópio, logo após o por-do-sol. Ao longo da última semana de janeiro o cometa perde brilho, de modo que em 31 de janeiro ele deverá estar com magnitude 8.5 na constelação de Indus.
Efemérides obtidas(http://cfa-www.harvard.edu/iau/Ephemerides/Comets/2006P1.html)Carta de busca: 19 de janeiro a 18 de fevereiro de 2007