Variáveis Eclipsantes
 
As estrelas variáveis eclipsantes podem ser classificadas conforme o grau de contacto e as características das componentes do sistema
e também de acordo com a forma da curva de luz, que é a mais conhecida. Esta última as divide em três tipos: Algol, Beta Lyrae e W Ursae Majoris.  


Algol


Conhecida desde a antigüidade, Algol (beta Persei) serve de modelo a todas as eclipsantes deste tipo. Nestes sistemas binários as duas componentes estão afastadas entre si de tal maneira que o início e fim dos eclipses pode ser notado sem dificuldade nas curvas de luz. Ou seja, fora dos eclipses não há variação de magnitude notável, embora possa haver algum aumento de brilho devido à reflexão da componente mais brilhante na superfície da componente mais fria antes e depois do eclipse secundário. Em muitas variáveis algólicas , conforme estudos recentes através de radiotelescópios, verifica-se a presença de discos circunstelares devido à passagem de matéria da componente menos massiva para a mais massiva. Estes discos de poeira e gás também contribuem para pequenas flutuações de brilho do sistema.
Nestas variáveis o eclipse primário ocorre quando a componente mais fria (podendo ser uma subgigante vermelha) passa na frente da componente mais brilhante. Ele tem uma amplitude bem maior que o eclipse secundário, que em alguns sistemas nem é percebido. A variação de brilho pode chegar a mais de quatro magnitudes, como é o caso de RW Tauri e o período, dependendo do afastamento entre as componentes, pode ir de um dia a alguns anos.
Para o observador visual as variáveis algólicas prestam-se a um interessante trabalho de fotometria, que pode ter grande utilidade para a aferição dos mínimos previstos em catálogos. Variações seculares nos períodos destas estrelas, que se tornam cumulativos ao longo dos anos, podem ser percebidos mesmo através de observações visuais.O acompanhamento da queda de brilho e a posterior recuperação devem ser feitos com a utilização de um relógio aferido com a hora certa. Dependendo do período da estrela, as estimativas podem ser feitas a cada dez ou quinze minutos coletando-se muitos pontos tanto na "perna"de entrada quanto na de saída do eclipse. A aferição do momento do meio do eclipse terá tanto mais precisão quanto maior for a quantidade de dados coletados durante a imersão e emersão.É impressionante notar em algumas algólicas a rápida queda de brilho. U Sagittae, por exemplo , perde 0,15 mag. por minuto na fase de imersão - que é mais fácil de ser percebida.
O planejamento das observações deve ser feito com antecedência para evitar desperdício de tempo. Nas variáveis algólicas a fase de eclipse é curta em relação ao período orbital, de tal forma que se as observações forem feitas ao acaso a probabilidade maior é de se pegar a estrela fora dos eclipses, com magnitude estável. Antes de mais nada é preciso se informar sobre o comportamento da estrela, seu período, sua amplitude e duração aproximada do eclipse primário. Não é preciso salientar que a carta de busca é imprescindível. Deve ser levado em conta o tempo total que se dispenderá acompanhando a estrela, prevendo-se obviamente a sua mudança de posição no céu ao longo deste período. Não é totalmente essencial que se pegue as duas partes do eclipse. Antes pegar uma fase do que nada.
 

O Mínimo Primário
 

O Catálogo Geral de Estrelas Variáveis - GCVS, publicado em Moscou, traz informações fundamentais sobre as variáveis eclipsantes. A Época do mínimo primário é a data juliana sobre a qual devem ser calculados os mínimos posteriores, adicionando-se o período da estrela. A data de um mínimo pode ser obtida através de uma simples equação:
 

m = época + (período x ciclos)
 

Onde m é o mínimo primário; época é a data juliana de catálogo à qual deve ser somado o resultado do período da estrela multiplicado pelo número de eclipses,ou ciclos, ocorridos desde a época até a data que se quer observar. Muitas vezes as épocas se referem a datas de décadas atrás , o que á mais um motivo de interesse em confrontar os dados atuais com os originais. Veja aqui uma pequena lista com variáveis algólicas interessantes de serem observadas.