Elementos orbitais
MPC Época
Periélio
Distância do periélio (q)
Excentricidade (e)
Longitude do periélio (w)
Longitude do Nodo Asc (W)
Inclinação (i)
2024 Out. 17,0
2025 Jan. 13,4347
0,093528 ua
1,000005
108,1249°
220,3366°
116,8478°
Atualizado em 20 jan 2025
Esse objeto foi descoberto em 5 de abril de 2024 por meio do telescópio refletor Schmidt de 0,5 metros f/2 situado em Rio Hurtado (Chile) e pertencente ao Projeto ATLAS (Asteroid Terrestrial-Impact Last Alert System). Na ocasião o objeto se apresentava como um astro de 19ª magnitude situado no limite das constelações de Oitante, Pavão e Ave do Paraíso, no hemisfério sul. O objeto foi classificado provisoriamente como A115IQO até que observações posteriores a partir de 8 de abril não apenas detectaram atividade comatária como a possibilidade de ser um cometa do tipo arranhassol (sungrazer). A MPEC 2024-H22 publicou os elementos orbitais e catalogou o objeto como C/2024 G3 (ATLAS).
Segundo os elementos orbitais desta MPEC 2024-H291 e usando os parâmetros fotométricos H0 = 9 e n = 4 (MPC), caso o cometa sobreviva à passagem periélica prevista para 13 de janeiro de 2025, ele atingiria um brilho máximo de magnitude -1,3 nesta mesma data, porém numa elongação de apenas 5 graus do Sol. Os parâmetros publicados na CBET nº 5384 (CBAT), por sua vez, eram mais cautelosos e indicavam um máximo brilho de magnitude +1,5 na data do periélio.
Em 24 de dezembro esse cometa foi observado por José Aguiar (Campinas/SP) por meio de binóculo 25x100. O brilho do cometa foi avaliado em magnitude 6,2. Ainda durante a última semana de dezembro o cometa também foi observado por Marco Goiato (Araçatuba/SP) e Willian Souza (Atibaia/SP). No dia 29 de dezembro Willian Souza obteve essa foto.
Confira os registros feitos no Brasil submetidos à esta Secção de Cometas: até 18/jan/2025 acumulamos um total de 28 registros visuais feitos por 4 observadores..
As observações feitas em novembro e dezembro de 2024 indicavam um cometa ligeiramente mais brilhante do que as efemérides iniciais do MPC. Usando os parâmetros fotométricos H0 = 7 e n = 4 (Yoshida), caso o cometa sobreviva à passagem periélica prevista para 13 de janeiro de 2025, ele pode atingir um brilho máximo de magnitude -3 nesta mesma data. Em 4 de janeiro a CBET nº 5488 apresentou novos parêmetros fotométricos que apontam para esse mesmo valor de máximo brilho.
Usando o cenário previsto pelo MPC, durante a segunda quinzena de dezembro de 2024 o astro esteve disponível aos observadores da região sul do Brasil, visível por brevíssimos momentos antes de o Sol nascer, se deslocando no interior da constelação de Escorpião, nas proximidades da estrela epsilon Scorpii. Nesse interim, seu brilho aumentou rapidamente da 10ª para a 6ª magnitude e recomendava-se dispor de um horizonte sudeste completamente livre de obstáculos.
Em 28 de dezembro, durante o crepúsculo náutico (altura do Sol de -12°), o cometa se situou 5° à noroeste de Schaula (lambda Scorpii) e seu brilho estava em torno da 6ª magnitude.
Em 29 de dezembro, para a mesma altura do Sol abaixo do horizonte, os 4 astros: Mercúrio, Lua (3%), o cometa e a estrela Schaula estavam numa mesma altura. Nesta ocasião o brilho do cometa foi avaliado entre a 5ª e a 6ª magnitude e uma cauda de 0,2 graus foi detectada por Marco Goiato usando binóculos 20x100.
Em 30 e 31 de dezembro o cometa se manteve 10° de Mercúrio, praticamente na mesma altura e com um brilho de 5ª magnitude.
Em 1º e 2 de janeiro de 2025 ele se manteve na mesma altura de Mercúrio, mas na separação de 8°. Seu brilho situou-se entre a 4ª e a 5ª magnitude, sendo imprescindível usar pelo menos um binóculo para detectá-lo.
Em 3 e 4 de janeiro a separação angular entre Mercúrio e o cometa diminuiu para 6° enquanto o brilho do cometa estaria em torno da 4ª magnitude. No entanto, A. Amorim avaliou o brilho do cometa na 2ª magnitude por meio de binóculos durante o crepúsculo náutico (altura do cometa era de 6° enquanto o Sol estava a 9° abaixo do horizonte). Uma foto foi obtida nessa ocasião. No dia 4 o brilho do cometa ainda foi avaliado na 2ª magnitude pelos observadores Milene Rodriguez (em Lages/SC), Lucas Camargo da Silva (em Lages/SC) e Marco Goiato.
Os dias 5, 6 e 7 de janeiro foram datas-limites para visualizar o cometa muito baixo no horizonte durante o crepúsculo náutico. Nesse interím, ele se situou a 5° de Mercúrio enquanto o seu brilho aumentou para a 1ª magnitude.
Em 9 de janeiro, durante o crepúsculo civil (altura do Sol de -6°), o brilho do cometa estava entre as magnitudes 0 e +1, segundo os parãmetros fotométricos H0 = 7 e n = 4.
Na manhã de 10 de janeiro, durante o crepúsculo civil, o brilho do cometa deveria alcançar magnitude 0 (zero), mas numa elongação de apenas 10° à noroeste do Sol.
Ao meio-dia de 11 de janeiro o cometa poderia atingir magnitude entre -1 e -2 embora se situe numa elongação de apenas 8° a noroeste do Sol.
Ao meio-dia de 12 de janeiro, o astro poderia atingir magnitude entre -2 e -3, situando-se 6° à noroeste do Sol.
Seu periélio ocorreu na manhã do dia 13 de janeiro quando passou apenas 0,0935 ua do Sol (14 milhões de km). Ao meio dia desta mesma data, ele se manteve numa elongação de apenas 5° ao norte do Sol e seu brilho poderia atingir magnitude entre -3 e -3,5. Como ele se situou entre a Sol e a Terra, provavelmente haveria incremento de brilho devido ao efeito do espalhamento de luz pelas partículas cometárias, sobretudo se o astro produzir muita poeira. No fim da tarde deste mesmo dia 13 o cometa passou mais próximo da Terra numa distância de 0,937 ua (140 milhões de km).
Tentativas de detecção do cometa em plena luz do dia feitas por A. Amorim, Lucas Camargo da Silva e Marco Goiato restraram frustradas entre os dias 10 e 15 de janeiro.
O astro sobreviveu à passagem periélica e ressurgiu logo após o pôr-do-sol do dia 15 de janeiro, situado na constelação de Capricórnio. Nessa ocasião Marco Goiato estimou o brilho em torno de magnitude -1,5. O Informativo Observacional do NEOA-JBS nº 01/2025 traz mais informações.
Em 18 de janeiro algumas imagens não mostram a coma brilhante, embora a cauda de poeira esteja bem evidente, mesmo a olho nu. Nesse dia Marco Goiato avaliou o brilho do cometa em magnitude -0,9 a olho nu e fazendo as devidas correções de extinção atmosférica.
Não se descarta que o núcleo possa estar em fragmentação. No dia 20, Marco Goiato estimou a coma em magnitude 2,4. [status em 20/jan às 23TU].
Assim, seu brilho deve diminuir rapidamente ao longo da última semana de janeiro, de modo que no fim do mês ele já está na 6ª magnitude situado no limite das constelações de Peixe Austral e Grou.
Confira as observações feitas no Brasil.
Na curva de luz abaixo nossas observações são os pontos pretos enquanto que os pontos azuis são do COBS.
As curvas foram obtidas por meio das fórmulas
m1 = 5 + 5 log D + 8 log r (CBET nº 5488)
m1 = 7 + 5 log D + 10 log r (Yoshida)
m1 = 9 + 5 log D + 10 log r (MPC)
©2007 Yoshida - soft Comet for Win
Órbita: o diagrama abaixo mostra a órbita e as posições do cometa e da Terra na data do periélio. (©2002 JCRuig - soft Orbitas)
Como reportar suas observações!
As observações deverão ser preenchidas na seguinte ordem:
Nome do cometa
Data e hora TU
magnitude da coma (m1)
método usado na estimativa
carta celeste usada (ou fonte de magnitudes)
caracteristicas do instrumento, aumento
diâmetro da coma (em minutos de arco)
grau de condensação da coma
tamanho da cauda (em graus)
Angulo de posição da cauda
Observadores que desejarem enviar no formato ICQ poderão assim o fazer.
As observações devem ser enviadas para costeira1@yahoo.com
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