Cometa C/2021 A1 Leonard
Elementos orbitais
MPEC 2021-XG5
Época
Periélio

Distância do periélio (q)

Excentricidade        (e)

Longitude do periélio (w)

Longitude do Nodo Asc (W)

Inclinação            (i)
2022 Jan. 21,0
2022 Jan. 3,30
0,
615247 ua
1,000017

225,0938°
255
,8964°
132,6865°
Atualizado em 10 mar 2022

Esse objeto foi descoberto 3 de janeiro de 2021 pelo Mount Lemmon Survey (código MPC G96), cabendo ao observador G. J. Leonard a identificação de sua natureza cometária. Na ocasião o astro se apresentava como um astro de 19ª magnitude situado no limite das constelações de Boieiro e Cães de Caça. Em 9-10 de janeiro de 2021 sua órbita ainda não fora publicada oficialmente pelo Minor Planet Center (MPC). Até então ele estava catalogado provisoriamente como G4AGJ62 na página de confirmação de possíveis cometas do próprio MPC.

Segundo os elementos orbitais publicados no MPC e usando os parâmetros fotométricos H0 = 8,5 e n = 4, o cometa iniciou sua temporada de visibilidade na 10ª magnitude durante a segunda semana de novembro de 2021. Nessa ocasião o astro se encontrava no limite das constelações de Ursa Maior,  Cães de Caça e Cabeleira de Berenice, sendo melhor observável nas regiões norte e nordeste do Brasil pouco antes de o Sol nascer.
Em 18 de novembro ele atingiu a 9ª magnitude e se situou no limite das constelações de Cães de Caça e Cabeleira de Berenice, cerca de 5 graus ao norte da estrela gamma Comae Berenices.
Em 25 de novembro o brilho do cometa foi avaliado na 8ª magnitude enquanto ainda transitava o limite das duas constelações citadas acima e manteve sua visibilidade antes da aurora para os observadores do norte e nordeste do Brasil.
No fim de novembro seu brilho passou para a 7ª magnitude enquanto ainda transitava o limite das duas mesmas constelações, passando cerca de 2,5 graus ao norte de beta Comae Berenices. Nas demais regiões do Brasil a altura do cometa ainda era muito baixa durante o crepúsculo náutico.
Em 3 de dezembro o cometa esteve em conjunção com o aglomerado glbular M3. Nessa ocasião uma equipe do Clube de Astronomia de Fortaleza (CASF) estiveram em Paramoti/CE e obteram imagens do cometa. Paulo Régis obteve uma bela imagem que, salvo evidência em contrário, foi a primeira foto do Cometa C/2021 A1 (Leonard) feita em território brasileiro. Minutos depois Hilbernon Almeida também obteve essa imagem.

Entre 4 e 8 de dezembro de 2021 o cometa atravessou a constelação do Boieiro, passando cerca de 5 graus ao norte de Arcturus no dia 6. Nesse intervalo seu brilho passou da 6ª para a 5ª magnitude e era visívei brevemente antes de o Sol nascer para observadores das regiões norte e nordeste do Brasil, bem como para aos estados de Mato Groso, Tocantins, Goiás e norte de Minas Gerais. Devido a sua baixa altura recomendava-se o uso de binóculos.
Em 8 de dezembro de 2021 a Terra cruzou o plano orbital do cometa de modo que os observadores deviam prestar atenção na aparição de uma possível anti-cauda. Imagens feitas por observadores do hemisfério norte não mostraram tal formação.
Durante a época de visibilidade matutina não
recebemos registros visuais desse cometa feitos no Brasil.

Entre 10 e 15 de dezembro de 2021 o cometa praticamente nasceu durante a aurora, mergulhado nas luzes do crepúsculo, embora seu brilho alcançasse a 4ª magnitude. Em 11 de dezembro observadores do hesmifério norte avaliaram o brilho do cometa entre as magnitude 4,5 e 5,0 usando binóculos.
Em 12 de dezembro ele passou mais próximo da Terra, numa distância de 0,23 ua (~35 milhões de km).

Em 14 de dezembro o ângulo de fase do cometa atingiu o máximo valor de 160 graus, de modo que poderia haver um incremento no seu brilho da 4ª para até a 1ª magnitude. No crepúsculo vespertino ele esteve disponível aos observadores na parte norte das regiões norte e nordeste do Brasil. Pelo menos uma medição fotométrica feita no dia 14 de dezembro às 22:19 TU indica que houve tal incremento de brilho, quando a coma foi avaliada em magnitude 2,6 (CCD filtro R), dentro da faixa de previsão envolvendo a questão do ângulo de fase.

A partir de 15 de dezembro de 2021 ele passou a ser visível imediatamente após o pôr-do-sol, atravessando a constelação de Sagitário enquanto seu brilho devia estar entre a 4ª e 5ª magnitude, estando disponível também para as demais regiões do Brasil. Nesta data Paulo Régis obteve outra imagem do cometa às 21:49 TU.
Em 16 de dezembro recebemos o primeiro registro visual desse cometa: estando em Toulouse (França), Lucas Camargo da Silva estimou o brilho do cometa em magnitude 4,6 usando binóculo 7x50.

Em 17 de dezembro ele se situou cerca de 5 graus ao sul do planeta Vênus. Tal aproximação não foi apenas aparente, mas também física, uma vez que o cometa e Vênus distaram um do outro em apenas 0,028 ua (4,2 milhões de km).
Entre os dias 20 e 29 de dezembro de 2021 o cometa atravessa a constelação de Microscópio enquanto aumenta sua elongação em relação ao Sol. Esperava-se que seu brilho diminuisse da 5ª para a 6ª magnitude, mas entre 10hs e 12hs TU do dia 20 de dezembro observadores da Austrália e Nova Zelândia relataram um salto de brilho do cometa, sendo avaliado em torno da 3ª magnitude. Observadores brasileiros também detectaram tal aumento de brilho entre 17hs e 23hs TU da mesma data.
Daniel Mello (Obs. Valongo/UFRJ) fez uma composição de três imagens do cometa evidenciando a alteração na coma e na cauda entre 19 e 21 de dezembro.
Após diminuir seu brilho para a 4ª e 5ª magnitude nos dias 21 e 22 de dezembro, o cometa voltou a subir de brilho no anoitecer de 23 de dezembro, sendo discernido a olho nu por A. Amorim e avaliado nas magnitudes 3,5 e 3,7. Por volta das 22:30 TU J. Aguiar avaliou o brilho do cometa em magnitude 4,7 enquanto que às 23:12 TU o brilho já alcançada magnitude 3,7.
Usando um refrator de 90mm f/10 (oculares de 25mm e 10mm) A. Amorim detectou por vlta das 21hs HBr (0hs TU do dia 24 de dezembro) o que pareciam ser dois jatos simétricos partindo da condensação central, orientados aproximadamente em a.p. 0° e 180°. As partes desses jatos mais próximas do pseudonúcleo pareciam ter quase o mesmo brilho da condensação central. Inicialmente Amorim suspeitou de que fosse algum problema óptico do telescópio, até que Daniel Raimann (Chapecó/SC) submeteu uma imagem obtida às 00:12 TU do dia 24 de dezembro confirmando posteriormente que havia essa formação em torno da condensação central. Uma imagem comparativa envolvendo quatro tempos de exposição diferentes também foi produzida.
Em 30-31 de dezembro houve outro salto de brilho, porém de menor amplitude. Na lista comets-ml David Seargent sugeriu uma provável periodicidade de 4 dias para esses saltos de brilho, talvez relacionado com a rotação do núcleo do cometa.

Seu periélio ocorreu em 3 de janeiro de 2022 quando ele se situou a 0,61 ua (~92 milhões de km) do Sol.
Ao longo do mês de janeiro de 2022 ele se situou no limite das constelações de Microscópio, Grou e Peixe Austral, cerca de 3 graus à oeste de gamma Gruis. Sua elongação voltou a diminuir, enquanto seu brilho passou da 6ª para a 8ª magnitude.

Após a conjunção com o SOl, o cometa passou a ser visível ao amanhecer a partir do mês de fevereiro. Mas no início de março registros feitos no exterior indicaram que esse cometa estava se desintegrando.

Durante sua transmissão ao vivo em 21 de dezembro de 2021, Cristóvão Jacques (SONEAR) disponibilizou algumas imagens do Cometa C/2021 A1 (Leonard) para astrofotógrafos. Uma edição dessas imagens do SONEAR obtidas em 21 de dezembro foi feita por Willian Souza.

Acompanhe os registros dos observadores brasileiros enviados à Secção de Cometas.


A curva abaixo indica a previsão inicial do brilho e foi obtida por meio da fórmula

m1 =  8,5 + 5 log D + 10 log r (MPC)

©©2007 Yoshida - soft Comet for Win


Órbita: o diagrama abaixo mostra a órbita e as posições do cometa e da Terra na data do periélio. (©2002 JCRuig - soft Orbitas)

Como reportar suas observações!

    As observações deverão ser preenchidas na seguinte ordem:

    Nome do cometa
    Data e hora TU
    magnitude da coma (m1)
    método usado na estimativa
    carta celeste usada (ou fonte de magnitudes)
    caracteristicas do instrumento, aumento
    diâmetro da coma (em minutos de arco)
    grau de condensação da coma
    tamanho da cauda (em graus)
    Angulo de posição da cauda
 
    Observadores que desejarem enviar no formato ICQ poderão assim o fazer.
    As observações devem ser enviadas para costeira1@yahoo.com

    As informações desta página, salvo outra indicação, são ©2021-2022 Costeira1 (Cometas/REA e Cometas/UBA)

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