C/2014 E2 Jacques

Elementos orbitais (MPC 89729)
Periélio :  2014 Jul.
2.5154 TT
Distância do periélio (q) :
0.663908 ua
Excentricidade        (e) : 0.999082

Longitude do periélio (w) : 344.0377
º
Longitude do Nodo Asc (W) : 56.3921
º
Inclinação            (i) :156.
3928º

Ho = 7.1   n = 4.4

Trata-se da descoberta cometária envolvendo o SONEAR (Southern Observatory for Near Earth Research - Observatório Austral para Pesquisa Próxima à Terra), propriedade de Cristóvão Jacques e com a colaboração de João Ribeiro de Barros e Eduardo Pimentel, cujo telescópio possui 0,46 metros de abertura (18 polegadas). O primeiro cometa descoberto (C/2014 A4) foi no início deste ano de 2014. O objeto foi designado provisoriamente como S002692 foi identificado em imagens obtidas na noite de 12-13 de março de 2014, apresentando-se na 15a magnitude (R). Embora a equipe do Observatório SONEAR possua 3 (três) observadores, coube à Cristóvão Jacques a primazia de identificar a natureza cometária do objeto e ter o primeiro cometa com seu sobrenome!
Por volta das 18:00 TU do dia 13 de março Artyom Novichonok e T. Prystavski obteram uma imagem em que o cometa já se apresenta como um astro de magnitude 11,5 (R) com formação de coma e cauda. Paulo Holvorcem indicou que o deslocamento do cometa era de 1,15 graus por dia, algo relativamente rápido.
Na madrugada de 14 de março de 2014 o cometa se encontrava na parte noroeste da constelação do Centauro, porém a cerca de 4 graus a sudeste da estrela beta Hydrae. Na noite de 14 de março José Carlos Diniz obteve imagem indicando a posição do cometa.
Na noite de 22-23 de março os observadores Marco Goiato e Alexandre Amorim detectaram visualmente o cometa, estimando seu brilho total da coma entre as magnitude 10,5 e 10,8. Observadores de outros países também relatam o brilho do cometa já na 10a magnitude. Considerando estas medições visuais existe a possibilidade do cometa atingir magnitude suficiente para ser discernível de binóculos nos próximos meses. Yoshida calculara o valor da magnitude absoluta Ho em 8. Assumindo tal valor, o cometa teve o seguinte comportamento:

Durante a última semana de março o cometa situou-se na constelação da Máquina Pneumática brilhando na 10a magnitude e visível durante toda a noite. Entre os dias 5 e 15 de abril ele atravessou parte norte da constelação da Bússola, mantendo-se na 10a magnitude e praticamente visível durante toda a noite. Entre 16 e 21 de abril o cometa passou pela parte norte da constelação da Popa, nas proximidades da estrela 19 Puppis. Algumas estimativas visuais situavam o brilho entre as magnitude 9 e 10.

Usando os registros visuais feitos por observadores brasileiros, os parâmetros fotométricos foram calculados em Ho = 6,5 e n = 5,0. Com base nestes parâmetros o cometa deve atingir um máximo brilho em torno de magnitude 6 por ocasião do seu periélio. No entanto, a coma se apresenta com dimensões moderadas, entre 5 e 10 minutos de arco, e grau de condensação avaliado em torno de 2 conforme escala do ICQ. O cometa é melhor visualizado sob céus escuros e com bom contraste em virtude do baixo brilho superficial.

Entre 22 de abril e 4 de junho o cometa atravessou a constelação do Unicórnio e foi visível na primeira parte da noite. Seu brilho passou da 8a para a 7a magnitude durante este período de tempo. Mesmo se estivesse na 5a magnitude, em virtude da baixa altura em relação ao horizonte durante o crepúsculo vespertino, o astro deve ser detectado por meio de binóculos.
Em 1º de maio, Wilton Costa (Brasília/DF) obteve esta imagem.

O cometa atinge a 5a magnitude entre a última semana de junho e primeira semana de julho, porém os elementos orbitais indicam que o periélio ocorreu quase em conjunção superior com o Sol, dificultando a observação quando na época de maior brilho.

O astro reaparece no céu matutino a partir do dia 14 de julho, quando foi observado por A. Amorim e com brilho estimado na 6a magnitude, situando-se na parte oriental da constelação do Touro e cerca de 3,5 graus ao norte do planeta Vênus. Aliás, os elementos orbitais indicam que o Cometa C/2014 E2 passou cerca de 12,7 milhões de quilômetros de Vênus em 13 de julho de 2014.
Quanto a questão da visibilidade, o cometa deve ser visualizado através de binóculos pois sua altura será baixa para o horizonte de Santa Catarina. Recomenda-se o observador dispor de um horizonte nordeste livre de obstáculos. Não há como prever o grau de condensação da coma a fim de determinar se o astro será discernível a olho nu - porém é muito pouco provável. Também ainda não é possível prever se o cometa apresentará uma cauda visível por meio de binóculos. Imagens e registros visuais feitos até o início de junho sugerem que o cometa possui mais gás do que poeira, o que seria um fator contra a exibição de alguma cauda perceptível visualmente.

Nos dias 19 e 20 de julho o cometa esteve em conjunção com a estrela beta Tauri (El Nath). A partir do dia 20 de julho o cometa ingressou na constelação do Cocheiro, sendo visível sempre ao amanhecer e mantendo-se na 6a magnitude.
Em 23 de julho de 2014 Paulo Cacella obteve esta imagem.
Entre 5 e 13 e agosto o astro atravessou parte nordeste da constelação do Perseu, na 7a magnitude.
Em 15 de agosto o cometa deixou de ser visível ao amanhecer em Santa Catarina. No entanto, o astro voltou à visibilidade durante o anoitecer a partir de 1º de setembro, situando-se na parte norte da constelação do Cisne e brilhando na 7a magnitude. Marco Goiato observou o cometa nos dias 4 e 5 de setembro e estimou o brilho total da coma em magnitude 7,5 por meio de binóculo 20x100.
Em 14 de setembro o cometa esteve em conjunção com a estrela Albireo (beta Cygni) e seu brilho estava na 9a magnitude.
O cometa deve encerrar sua temporada de visibilidade em meados de outubro quando volta à 10a magnitude, situando-se na constelação da Águia.

Um resumo das observações desse cometa feitas no Brasil foi publicado no Anuário Astronômico Catarinense 2015.

[Atualizado em 27 de setembro de 2014]

Saiba mais sobre descobertas de cometas no Brasil

Mapa de busca: 1º a 30 de setembro de 2014

Efemérides: http://scully.cfa.harvard.edu/cgi-bin/returnprepeph.cgi?d=c&o=CK14E020

Acompanhe as observações feitas no Brasil

As curvas foram obtidas por meio das fórmulas

m1 = 6.8 + 5 log D + 11.6 log r (nossas observações)

m1 = 7.1 + 5 log D + 11 log r
(MPC 89729)


(©2007 Yoshida - soft Comet for Win)

Órbita: o diagrama abaixo mostra a órbita e as posições do cometa e da Terra por ocasião do periélio. (©2002 JCRuig - soft Orbitas)

Como reportar suas observações!


[Dados anteriores:
Vale ressaltar que os elementos orbitais foram calculados com base num arco de apenas 2 dias de observações, primeiro foram publicados na MPEC 2014-E84 e depois atualizados na MPEC 2014-E86 e MPEC 2014-F39. Portanto, prognósticos de trajetória e brilho serão atualizados conforme mais observações sejam feitas.]

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